segunda-feira, 21 de março de 2011

Valores para crescer: amabilidade

O escritor norte-americano Henry James disse que “existem três coisas importantes na vida: ser amável, ser amável e ser amável”.

A amabilidade é um valor que caracteriza a pessoa gentil e cortês que, agindo assim, é chamada de amável. Tal pessoa acaba por ser amada por causa de seu caráter afetuoso, atento, colaborador, afável, respeitoso, acessível, educado, alegre...
Alguém assim tem sempre portas abertas e boa recepção em qualquer lugar. Por onde passa, conquista amizade, simpatia e aceitação imediata. Mas, se a amabilidade traz todos esses benefícios sociais, por que ainda existe tanta gente grosseira?
Isso depende muito de como a pessoa leva sua vida, ou seja, depende da conduta de cada um. Pode ter a ver também com a criação, os traumas de infância, as desilusões amorosas, as perdas, os sofrimentos. Claro que ter passado por momentos ruins não justifica um ser humano amargo ou rude. Há quem, inclusive, se fortaleça ainda mais depois de enfrentar um problema. Tudo vai depender de como os acontecimentos da vida são assimilados.
O psicólogo americano Daniel Goleman disse certa vez que “as emoções são sentimentos que se expressam em impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando ideias, condutas, ações e reações. Equilibradas e bem-conduzidas, transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tornando-se, assim, virtudes”.
Analisando o que disse Goleman, dá para perceber que o caminho para a felicidade depende de achar um ponto de equilíbrio emocional. Isso significa não valorizar demais os problemas a fim de não perder o controle das emoções, o que pode criar amarguras e um estado de espírito agressivo. O orgulho excessivo com as conquistas está no outro lado da moeda, pois dá chance para o egocentrismo tomar conta da personalidade.
De acordo com o psicólogo, algumas habilidades são consideradas importantes para que uma pessoa alcance seus objetivos, seja feliz e obtenha sucesso. Entre as principais estão o controle do temperamento, adaptabilidade, persistência, amizade, respeito, empatia e, claro, a amabilidade. Mas essas qualidades não vêm de graça – é preciso muita dedicação e autoconhecimento para aprendê-las.
No fundo, todo ser humano busca se sentir amado e a condição indispensável para isso é ser amável. Todas as formas de sabedoria espiritual estão de acordo no princípio que se tornou conhecido como Regra de Ouro: trate os outros como gostaria que o tratassem.
Os relacionamentos humanos, para darem certo, precisam de doses de bom humor, compreensão, carinho, gentileza, simpatia, respeito. É sempre bom que as pessoas procurem, sinceramente, fazer que o outro se sinta importante. Fundamental seria estar aberto a ouvir opiniões, sugestões, críticas. E quando for dizer o que pensa, fazer isso com delicadeza para não ofender ou intimidar ninguém. Essas atitudes estão presentes nas pessoas amáveis – tão bem quistas pela sociedade.
Para finalizar, cabe mais uma consideração – que cabe tanto quanto aos demais valores – a amabilidade é uma manifestação do caráter de cada um, mas pode ser aprendida. O interessante seria os pais ensinarem a seus filhos desde pequenos esse importante valor. Os professores nas escolas e demais educadores também podem se engajar neste propósito. Mas, caso isso se torne difícil, evitar atitudes frias, desinteressadas, já ajuda como uma boa forma de colaborar para a formação de um adulto mais amável.

Valores para crescer: curiosidade

O maior cientista dos tempos modernos, Albert Einstein, reconhecia: “não tenho talentos especiais, mas sou profundamente curioso”.

Curioso para saber do que se trata este artigo? Fala sobre um valor importante para o desenvolvimento humano, a curiosidade.
Todas as pessoas são naturalmente curiosas, possuem anseios por conhecer, descobrir e saber coisas novas. Para o filósofo grego, Aristóteles, quanto mais curioso o homem é, mais inteligente, desenvolvido e sábio ele se torna. No entanto, essa curiosidade deve ser desenvolvida com atenção, principalmente em crianças e adolescentes, para que busquem saber sobre aquilo que realmente é útil e saudável para viver bem e melhor e se tonar, é claro, mais esperto.
Nestes tempos de internet fica fácil “matar” algumas curiosidades que vão surgindo no cotidiano. Para isso, basta acessar sites de busca – como o conhecido Google, por exemplo – e pronto. É uma ferramenta de pesquisa completa, que possibilita conhecer, investigar e descobrir muitas coisas. Crianças, jovens, adultos e idosos, enfim, todos podem usufruir dessa tecnologia.
Porém, é preciso cautela na hora de fazer uso dessa facilidade! Da mesma forma que é simples pesquisar sobre assuntos que somam ao conhecimento, também é muito fácil aprender sobre coisas erradas – que em nada contribuirão ao desenvolvimento do ser humano e da sociedade. É sempre bom que os pais e educadores, que são os grandes responsáveis em orientar a curiosidade das crianças e jovens, fiquem atentos e incentivem a busca daquilo que realmente acrescenta algo bom.
Para isso, além da internet, existem outros recursos de pesquisa que auxiliam os adultos no processo de ensino, tais como, enciclopédias, literaturas, atlas, livros de história, museus, arquivos, bibliotecas e, muito mais. Fora a “bagagem” de conhecimento que adquiriram ao longo dos anos.
Mas há um ponto fundamental, que não deve ser esquecido. Orientar a curiosidade dos pequenos para o útil e o saudável é importante, desde que os pais não esqueçam que a diversão devidamente administrada é extremamente proveitosa ao desenvolvimento humano. Uma dica interessante é experimentar, junto com os filhos, o prazer de descobrir a natureza, o entorno urbano, a arte.
Olhar fotografias e álbuns familiares ajuda a ativar a curiosidade infantil e proporciona uma ótima oportunidade de incitar o amor para a história familiar e as pessoas que fazem parte dela. Passeios pela localidade onde se vive, pelas cidades ou pelos bairros vizinhos também ajudam a despertar a curiosidade. O descobrimento da natureza é sempre uma fonte de interesse para a criança – os mundos animal, vegetal ou mineral atraem olhares em todas as idades.
Então, por que ainda estamos parados, perdendo tempo se é tão simples conhecer, descobrir e saber coisas novas? Com criatividade e boa vontade, seja sozinho ou com a família reunida, podemos realizar diversas atividades e assim nos dar conta de que nem todo o universo fica reduzido à magia dos sites de busca.

Valores para crescer: otimismo

O sábio Confúcio ensinava: “Só pode ser feliz quem sabe ser feliz em tudo”.

Para falarmos sobre otimismo, vamos aprender a identificar os tipos de sorrisos e compreender suas características:

Sorriso aberto: característico de pessoas amigas, leais e extrovertidas.
Sorriso verdadeiro: demorado e simétrico, provoca ruguinhas nas pálpebras. Se instala lentamente e vai despertando, aos poucos, sinceridade e confiança nos outros.
Sorriso largo: característico de pessoas abertas e generosas.
Sorriso constante: próprio de quem está sempre contente e otimista. Demonstra força de caráter.
Sorriso contagiante: característico da pessoa otimista, desperta nos outros a vontade de rir também.
Sorriso de boca fechada: próprio de pessoas controladas.
Sorriso falso: é do tipo que não provoca rugas de expressão ao redor dos olhos, pois o rosto fica imóvel.
Sorriso rápido: característico de pessoas egoístas, pessimistas ou introvertidas.

Dá para perceber que existem muitos tipos de sorrisos compondo as bocas por aí. Os citados no quadro acima são alguns deles, mas não significa que sejam os únicos: sempre devemos levar em consideração que cada pessoa tem sua personalidade, e o riso é uma forma de também expressá-la.
Isso mesmo! Em um sorriso existem elementos que podem transmitir a personalidade de alguém. Por exemplo, o do tipo contagiante é característico de pessoas alegres e otimistas e, muito dificilmente, alguém sem esses adjetivos conseguirá rir dessa forma demonstrando sinceridade.
Mas antes de sairmos julgando todos pelo sorriso, devemos levar em consideração um ponto importante: conhecer a outra pessoa, seu estilo de vida, seu jeito de ser e suas características.
Um sorriso do tipo falso não significa exatamente que a pessoa é falsa. Às vezes, ela pode estar passando por um momento ruim e, por causa disso, não consegue se expressar de outro jeito. E é em casos como esse que devemos usar nossa sensibilidade para compreender melhor o outro e tentar ajudá-lo dentro das nossas possibilidades. Esboçar um sorriso do tipo contagiante é uma boa maneira de ajudar.
Não existe nada mais gostoso do que conversar com alguém que abre aquele “sorrisão” do tipo contagiante. E como o nome já diz, é praticamente impossível não se contagiar com a alegria e o otimismo que uma pessoa passa quando sorri assim.
O psicólogo americano Daniel Goleman define que “o otimismo – assim como a esperança – significa ter uma forte expectativa de que, geralmente, as coisas irão bem, apesar dos contratempos e das frustrações”. Tudo o que acontece em nossa vida tem dois lados, de tudo podemos tirar proveito e aprender lições. Podemos olhar o lado positivo das circunstâncias, agindo com otimismo, ou podemos ver o aspecto negativo – agindo com pessimismo.
Desde que a pessoa não perca a noção da realidade, olhar com olhos otimistas sempre ajuda a identificar as oportunidades e ser perseverante. E essas são características indispensáveis para se superar dificuldades e atingir objetivos na vida.Portanto, diante das várias situações cotidianas devemos brincar de encontrar o lado positivo das coisas e nos convencer que isso sempre é possível. O francês Jean de la Bruyère dizia “temos de rir inclusive antes de ter encontrado a felicidade; não deveríamos morrer sem encontrar nada".

Valores para crescer: simplicidade

“Não é rico quem mais tem, mas quem menos necessita”, já dizia Tirso de Molina, dramaturgo espanhol. A simplicidade é um valor necessário na vida de qualquer pessoa.

A pessoa simples é aquela que age com naturalidade, espontaneidade e que consegue ser feliz com pequenas coisas e gestos. É aquela que sabe distinguir o necessário do supérfluo.
Mas não vamos nos confundir: ser simples não é o mesmo que ser simplório. A pessoa simplória não tem instrução, é ingênua – acredita, sem senso crítico, em tudo o que lhe falam ou contam.
Quem é simples, geralmente, encara a vida de uma forma mais positiva – valorizando os outros e os acontecimentos pelo que eles são e não pelo que parecem. Não costuma tirar vantagem sobre ninguém, nem tenta aparentar ser aquilo que não é.
Hoje em dia vivemos numa sociedade de consumo. Nela, as pessoas procuram criar necessidades para vender seus produtos e serviços, quando o certo seria encontrar soluções adequadas para sanar as necessidades já existentes.
Nessa sociedade há muita oferta. Promoções tentadoras em lojas e supermercados, muitas marcas diferentes de um mesmo produto – umas que chegam a custar o triplo do valor da outra. A demanda é tanta que alguns acreditam que para ser feliz é preciso “ter”.
Diante desse quadro, é necessário que as pessoas conheçam bem o conceito de simplicidade. Do contrário, correm sérios riscos de gastar mais do que ganham ou, até mesmo, de se sentirem infelizes por não possuírem condições financeiras para comprar tudo o que o comércio oferece.
E para se manter longe das tentações consumistas – gastar mais do que pode – dos tempos modernos uma boa dica é enfatizar a qualidade de vida acima da quantidade. E para ter qualidade de vida não é preciso ir muito longe, basta valorizar as pequenas coisas do dia a dia como, por exemplo: se relacionar mais com amigos, vizinhos e familiares; ouvir uma boa música, ler um bom livro e apreciar a natureza; praticar esportes e se alimentar de forma saudável – sem exageros. Existem muitas formas de viver bem e melhor, basta usar a criatividade para descobrir o que mais se adapta ao cotidiano.
A simplicidade também é importante no que se refere à preservação do meio ambiente. Nosso planeta Terra não teria condições de sustentar todos os seus habitantes se cada um deles consumisse os recursos naturais de forma exagerada.
Mahatma Gandhi, um pensador indiano, disse certa vez “há bastante riqueza no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição”. Os Estados Unidos consomem 33% dos recursos mundiais. Se o restante do mundo vivesse no mesmo nível, estima-se que todos os recursos naturais terrestres conhecidos – como petróleo, estanho, zinco, gás natural, chumbo, cobre, ouro, mercúrio e tungstênio – se esgotariam em apenas 10 anos. Nosso pequeno planeta não suportaria um estilo de vida repleto de exageros desnecessários.
Portanto, a simplicidade, além de ser necessária na vida de qualquer pessoa, traz muitos benefícios a todos. Seja no caráter, no modo de ser, no estilo de vida ou em qualquer coisa que a pessoa possa fazer, a simplicidade deve ser a maior virtude.

Valores para crescer: autoconhecimento

Para educar com eficiência, é importante que pais e educadores conheçam e falem sobre valores éticos.

Extra! Extra!

“Delinquente rouba bolsa de idosa no supermercado.”
“Jovem é preso por homicídio qualificado.”
“Homem mata outro. Motivo: briga de trânsito.”
“Falso médico atende no posto de saúde do bairro, prejudicando todos os moradores da localidade.”
“Menino agride colega em sala de aula.”

Notícias como essas são cada vez mais comuns no cotidiano da população. Basta ligar a televisão, folhear as páginas de jornais e revistas ou, até mesmo, acessar um site na internet: somos “bombardeados”, diariamente, com este tipo de informação. Tristeza, revolta, indignação! São muitos sentimentos de repulsa que a pessoa sente ao se deparar com tantas desgraças.
Porém, diante deste triste cenário, o que fazer? Acabar com injustiças, ladrões, enganadores, assaltantes, matadores é tarefa impossível para qualquer cidadão comum. O que se pode fazer é procurar maneiras de amenizar os problemas sociais, começando ainda com os pequeninos. Um bom caminho para isso é investir em uma educação de qualidade, fundamentada nos valores éticos.
Os pais e educadores devem contribuir na construção do caráter e personalidade dos pequenos. Essa atitude pode evitar que uma criança se torne delinquente. Assim, é possível colaborar na formação de uma pessoa mais equilibrada – capaz de confrontar, com sabedoria, as inúmeras situações, boas ou ruins, que passará na fase adulta.
“A criança que receber uma boa educação, conhecer, entender e vivenciar os valores éticos, mesmo se passar por momentos ruins, saberá que agindo com imprudência prejudicará a si e toda a sociedade”, comenta Juliana Aguiar, coordenadora do projeto educacional da Cotripal “Eu + você = mundo melhor”.
Portanto, uma educação equilibrada em valores induz as crianças e jovens a terem atitudes mais positivas perante a vida. A pessoa ensinada com ética tem grandes chances de conhecer melhor suas limitações e as dos outros e ser mais feliz em suas tarefas cotidianas, podendo ser menos suscetível a cometer erros que possam desencadear problemas maiores.